Solidariedade: a mobilização de Santa Catarina para auxiliar o Rio Grande do Sul durante a enchente histórica

A última semana foi marcada pelo retorno das últimas equipes de policiais militares de Santa Catarina que ainda atuavam em solo gaúcho. Desde a primeira semana de maio, quando o Rio Grande do Sul foi atingido por fortes chuvas que causaram uma catástrofe histórica, Santa Catarina abriu várias frentes de auxílio. O governador Jorginho Mello determinou de imediato que os órgãos estaduais prestassem todo do socorro necessário ao estado vizinho. Foram mobilizadas Forças de Segurança, com as polícias Militar, Civil, Científica e Corpo de Bombeiros, Secretaria da Administração Prisional, além da Defesa Civil. Também saíram em socorro as secretarias da Saúde, Assistência Social, as companhias de abastecimento de serviços essenciais como Casan, Celesc, SCGÁS, além da Ceasa.

“Santa Catarina foi o primeiro estado a socorrer o Rio Grande do Sul, que é nosso vizinho de porta. A proximidade nos deu essa possibilidade e desde o primeiro momento recebi pedidos do governador Eduardo Leite e determinei que nossas forças de segurança e Defesa Civil dessem todo o suporte aos nossos irmãos gaúchos. Fizemos um trabalho que nos encheu de orgulho também com as companhias de abastecimento, a Assistência Social acolhendo quem precisou vir para cá e a Saúde com nosso transporte de pacientes e bolsas de sangue. Foi um período muito duro para eles, mas que Santa Catarina pode estender a mão. Agora é a reconstrução e também vamos ajudar no que precisarem”, revelou o governador Jorginho Mello.

O trabalho das equipes de Segurança rendeu o salvamento de 3.916 pessoas e 667 animais. Parte desses números, foi resultado da ação da Polícia Militar de Santa Catarina, que encerrou a missão por lá, nesta segunda-feira, 22. Durante a operação, a PMSC desempenhou ainda um papel importante na preservação da ordem pública. A ação contou com a participação de 249 policiais militares, que utilizaram 11 embarcações, 61 viaturas 4×4, cinco aeronaves e seis veículos como caminhões, vans e micro-ônibus. O efetivo complementar foi essencial para apoiar as operações já em andamento no Rio Grande do Sul desde o início das chuvas.

Quem também contribuiu para o número de salvamento foi o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), que esteve em solo gaúcho durante 75 dias. A operação mobilizou 165 bombeiros militares e 28 cães de busca, além de 54 viaturas, 40 embarcações, 19 motores de popa, dois caminhões, uma mini escavadeira e um quadriciclo. As primeiras equipes a serem mobilizadas foram deslocadas para os municípios de Lajeado, estendendo-se para Cruzeiro do Sul, na região do Vale do Taquari e para a Grande Porto Alegre.

O trabalho do CBMSC foi além dos resgates e firmou parceria com a Secretaria de Estado da Saúde. Por meio do serviço aeromédico, em conjunto com o Samu Aeromédico (SES/SAMU) e com o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc), foram transportadas 1.400 bolsas de sangue e medula óssea. Foram dois voos, um saindo de Florianópolis e outro de Joaçaba. Outra ação fundamental foi o transporte aeromédico de pacientes, medicamentos, materiais e insumos, além de toda a corrente de doação de sangue organizada pela Secretaria da Saúde e que a população catarinense abraçou a causa e compareceu aos postos para doar.

E a missão por terras gaúchas foi cumprida por inúmeros heróis anônimos que levaram o nome de Santa Catarina com orgulho e empatia. Um deles foi o sargento Barbosa, que tem mais de 30 anos de trabalho no CBMSC. Ele atuou no resgate de pessoas e animais em Matias Velho, bairro da cidade de Canoas, região metropolitana de Porto Alegre.

“É uma honra porque a gente veste a nossa camiseta do bombeiro. E é uma honra representar e dizer que Santa Catarina está com o efetivo pronto para qualquer emergência”, disse o militar.

As polícias Civil, Científica e a Secretaria da Administração Prisional também colaboraram para amenizar as perdas e o sofrimento do Rio Grande do Sul. A PCSC enviou 161 policiais, sendo 152 policiais civis – entre psicólogos, escrivães; agentes de polícia e delegados e outros nove policiais deram apoio para as equipes que estavam lá no RS. Foram usadas 45 viaturas e uma aeronave para patrulhamento de áreas alagadas, resgates e ajuda humanitária.

As equipes da Polícia Científica foram mobilizadas a partir de três cidades, Florianópolis, Joinville e Chapecó, para atuação na região do Vale do Taquari, especificamente no Posto de Medicina Legal (PML) de Lajeado e PML de Santa Cruz do Sul no Rio Grande do Sul. Foram disponibilizadas quatro viaturas empenhadas e oito servidores.

Já a Secretaria da Administração Prisional e Socioeducativa ajudou o Rio Grande do Sul com 52 Policiais Penais e 10 viaturas, dando suporte aos policiais penais gaúchos.

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